No dia mundial sem carro, diversas cidades pelo mundo adotaram algum tipo de diferenciação, como por exemplo a disponibilização de mais ônibus, trens ou outro qualquer meio de transporte público. Mas São Paulo, que tem a maior frota de carro do Brasil, o que fez? Ficar olhando o prefeito ou outro político qualquer ir para o escritório de bicicleta soa como uma falsidade-política-marqueteira-eleitoreira, pois de fato não significa nada. Um plano de ação para este dia simbólico deveria ser traçado, divulgado e executado ao lado da população no dia de hoje. Mas por aqui, a incompetência, o descaso e a letargia imperam.
Mas deixemos de lado o aspecto público-estatal e olhemos um pouco para o particular. O que cada um particularmente poderia fazer para contribuir para esse dia mundial sem carro numa cidade como São Paulo, ainda mais com chuva?
Simples: deixar ao menos por este dia o carro na garagem.
Ah, mas está chovendo!
Ah, mas terei de pegar mais de um ônibus parra chegar ao trabalho!
Ah, vou ter que acordar mais cedo e chegar mais tarde em casa!
Ah, vou ter que me sacrificar muito!
Sempre há desculpas e justificativas.
Falta vontade, tem-se preguiça e a alienação impera.
Curioso que para ganhar uns trocos ou realizar algo importante para si se faz o esforço que for necessário, mas para expressar que há sim vontade de mudar algo para que tenhamos um trânsito menos caótico, e consequentemente uma qualidade de vida melhor na cidade, não parece haver empenho.
Pois é, o brasileiro é assim, e o paulistano mais ainda e cada vez mais: individualista, egoísta, espertão e cada vez menos preocupado com o senso coletivo, nem que seja por apenas um dia.
Pensando assim e agindo assim, estamos cada vez mais fadados ao caos.