sexta-feira, 3 de abril de 2009

Conversinha furada! A nova colonização!

Antes, para conhecimento, segue a matéria.

Espanhóis querem comprar 100 mil hectares da Amazónia.
Objectivo é criar uma reserva natural administrada por comunidades indígenas.

Amazónia

Uma ONG (Organização Não Governamental) que reúne cientistas espanhóis pretende comprar mais de 100 mil hectares na Amazónia para a criação de uma reserva natural administrada pelas comunidades indígenas, refere a EFE.

«A história da Amazónia passou por séculos de esquecimento, e quando alguém se lembrou da região os resultados foram catastróficos, porque os brancos nunca conversaram com os indígenas», afirmou o pesquisador Javier Lobón, do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) e membro da ONG Manguaré.

Segundo os responsáveis pelo projecto, a reserva natural fica entre a cidade colombiana de Leticia e o Parque Nacional de Amacayacu, situado na fronteira com o Brasil e o Peru, nas margens do rio Amazonas.

A região para onde está prevista a criação da reserva tem 110 espécies de mamíferos e 500 de aves.

«Muitos indígenas estão extremamente preocupados», afirmou Lobón, pois as políticas de integração fizeram com que algumas etnias perdessem a sua identidade. «A prova disso é o facto de que, quando entram em contacto com a civilização, a primeira coisa que os indígenas fazem é instalar antenas de televisão e, com elas, a cosmologia ocidental», referiu o especialista.

O projecto piloto, iniciado há alguns meses, acontece num local com 80 hectares.

Os promotores da iniciativa esperam conseguir uma parte «suficientemente grande para conservar a cultura indígena e os ecossistemas», através da compra de terras de madeireiras e através de partes cedidas pelos governos do Brasil, Colômbia e Peru. «Não é fácil conseguir escrituras que certifiquem a propriedade do território, mas conhecemos os moradores e colaboramos com associações locais», especificou Lobón.

Com um orçamento inicial de 240.730 dólares americanos, os membros da ONG esperam conseguir financiamento com a ajuda de algumas entidades e organismos oficiais.


Agora temos que engolir esta. Primeiro, há a necessidade de dizer que o espaço que não é corretamente preenchido corre o sério risco de ser preenchido erroneamente. Isto se verifica neste caso, em que o Estado brasileiro, principalmente, ou mesmo ONGs nacionais, não assumem um espaço na luta da preservação da autonomia brasileira em relação ao próprio território e o que está contido neste. Em se tratando de qualquer pedaço de terra na Amazônia, o assunto é mais sério ainda. Devido à riqueza presente no referido território, há o interesse de muitos em ter a posse da terra para desenvolvimentos diversos, entre eles os medicinais e farmacêuticos: a nova-velha máfia capitalista de escravisar a humanidade a partir da venda de remédios visandos sempre o lucro.

É fato conhecido que pela ausência da presença do Estado na Amazônia há índios que hoje falam inglês e tupi! Como "donos" da terra, só eles, respaldados pela FUNAI, controlam o acesso do homem branco à "terra prometida". A situação é séria e requer intervenção do Estado, antes que este tenha que o fazer com a presença do Exército, como no Rio de Janeiro, neste caso por outros motivos. O mundo acha que a Amazônia é patrimônio mundial, em alguns termos, e poucos, pode até ser, ainda mais pela falta de seriedade que o Estado brasileiro tem com o tema; mas antes de ser mundial é sim brasileiro. E que isso se faça valer, antes que seja tarde, dada a vontade de nossos governantes em negociar e vender o que é de fato nacional.

E como nestes últimos dias vem sendo lembrada a data de morte de cantor e poeta Cazuza, uso parte da letra da música O tempo não pára - com acento sim! - para ilustrar alguns argumentos:

Eu vejo o futuro repetir o passado (nova colonização dos índios da Amazônia em pleno 2009!)
Eu vejo um museu de grandes novidades (os mesmos no poder, mas novas negociatas)
O tempo não pára
Não pára, não, não pára.

Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro.

(este verso se encaixa muito bem para ilustrar o conteúdo da nossa TV e seu poder na formação da "cultura" brasileira)

E por aí vai.







quinta-feira, 2 de abril de 2009

Manifestações em Londres

Sabendo das manifestações contra o chamado G20 (grupo dos países mais ricos do planeta e alguns chamados emergentes, do qual o Brasil faz parte), pode-se pensar sobre a morte que ocorreu em tais manifestações em Londres. Quem afinal estava lá na manifestação? Ou seja, que tipo de gente estava lá se manifestando contra o G20? A dúvida reflete a situação atual das grandes capitais europeias: muitos imigrantes, que procuravam alguma melhoria de vida, estão perdendo os empregos por causa da tal crise. No caso de Londres, imaginem o genuíno inglês indo à rua para ser contra ou a favor ao G2o! Para o verdadeiro inglês, talvez haja alguma redução em algum orçamento ou luxo depois da instalação da crise, mas para aquele imigrante que perdeu o emprego a situação fica muito ruim. Temos como exemplo a situação de muitos que hojem vivem como pedintes e mendigos, muitos brasileiros por sinal, no Japão. Portanto, mesmo sem estar por lá ou ouvir jornalistas a respeito das manifestações, tenho certeza de que a expressa maioria dos manifestantes era sim de imigrantes ou filhos destes, além daqueles idealistas e mais esclarecidos, ingleses ou não, que enxergam a real situação a que chegamos, situação que não podemos mais sustentar. E sobre isso vide o exemplo da faixa estendida em plena ponte Rio-Niterói: "Clima e Pessoas em primeiro lugar", fazendo menção ao que deve ser discutido na reunião do G20; um protesto contra o aspecto fracionado econômico do mundo dos negócios que preenchem as pautas das discussões deste grupo.

O que fica claro é que como sempre "a corda estoura sempre no lado mais fraco". Não li e nem vou ler sobre a morte do manifestante, embora acredite muito que não foi um "Sir" genuinamente inglês que morreu na manifestação; como também não foi um genuíno inglês que morreu assassinado na estação do metrô em Londres, mas "deixa pra lá", foi apenas mais um imigrante, e brasileiro ainda, que morreu. Mas quando uma menina inglesa desaparece no Algarve, em Portugal, todos se mobilizam e sentem muito, afinal, ela era genuinamente inglesa.