Parece ser quase sempre igual. Em novembro começam a decorar tudo que podem com luzinhas do tipo pisca-pisca da China, panettones começam a ser vendidos em tudo quanto é lugar, todos saem às compras e ajudam a movimentar a economia muitas vezes comprando coisas as quais nem são precisas e de repente, olhe ele lá, é... o velho gordo barbudo yankee dentro de uma roupa vermelha mais quente que o forno de casa quando do momento em que é assada alguma ave ou parte dela modificada em laboratório, que acaba sendo chamada apenas de "chester".
Aí vêm as retrospectivas, os especiais de Natal, o Roberto Carlos na Globo e a Missa do Galo, que sempre começa em ponto mas que no ano de 2009 atrasou, acertaram o Papa. Enfim, passa o Natal e vêm os preparativos para o Réveillon, as promessas de fim de ano, o corre-corre para achar um lugar na praia, o inferno das estradas entupidas, a falta de água, o mar impróprio para o banho, filas e mais filas para tantas coisas... e de repente chegou a hora da virada, chegou a hora de sujar a praia, o mar, pular ondinhas e renovar as esperanças no ano que se inicia. Reflexão, ha, muito menos do que deveria existir, pois a maioria está preocupada em tomar todas e ter algum prazer.
Mas aí as férias coletivas acabam e tudo volta ao normal sem que nada anteriormente dito tenha sido fora do normal de todos os outros anos. Tudo acaba se repetindo numa rotina aterrorizante. E continuamos tomamos todas e aliviamos a dor. Dor da mesmice, de ver que mais um ano passou e muito daquilo que desejamos não se concretizou, seja por culpa nossa ou por interferência externa, sei lá. Ou apenas para festejar. Fica a impressão que mais um ano passou e quase tudo permanece igual.
Mas somos brasileiros e não desistimos nunca. Ha, ha, ha... quem foi o imbecil que disse isso?
Que ao menos as esperanças se renovem para suportarmos as mesmices: IPVA em janeiro, pré-Carnaval e então o Carnaval: ahhhhhh... o Carnaval! Mas isso é outra história, igual às outras de anos anteriores, mas Carnaval é outra história.