Estando cotidianamente inserido na publicidade e propaganda, tive contato com um filme vencedor de oito leões no Festival de Cannes, prêmio dado às peças e campanhas publicitárias que se destacaram. Este filme genial pode ser visto através do link:
http://www.leoburnett.pt/work.php?id=003
O filme, para os da propaganda, ou comercial, para os que apenas assistem, conseguiu unir questões relevantes para a própria propaganda e para os envolvidos na criação e desenvolvimento dela: a necessidade de venda, como objetivo necessário e principal; e o importante papel e diferença que ela pode desempenhar no mundo de hoje: uma propaganda mais humanizada e que reflete o mundo e costumes, não somente comercial ou egocentrista em sua arte para aqueles que a fazem e trabalham com ela, afinal só existe propaganda porque existe algo a vender e um consumidor a comprar, e consumidor antes de tudo é humano, que pode sim ser incentivado através da propaganda a fazer alguma reflexão importante a cerca do mundo em que vive e não somente a ser apenas um consumidor de algum produto. E isso foi conseguido com esse filme. A ideia é fantástica: ao invés de vender uma arte num papel em forma de um cartão de Natal, o "produto" vendido substituto ao cartão é algo abstrato, mas ao mesmo tempo concretizado quando se sai com uma sacola da loja, fisicamente estruturada como uma outra qualquer que conhecemos. O "produto" vendido-comprado foi a manutenção da esperança em ajudar humanos, tanto daquelas que receberam a doação como daquelas que fizeram a doação. Aquele que comprou teve a sensação de ajudar, de ter feito um bem a outro, de ter o sentimento de felicidade e de "dever cumprido", sentimentos muito necessários para o ser humano em sua essência. Aquele que vendeu também ficou feliz, por ter vendido e por ter ficado feliz por ter visto mais um cliente satisfeito em adquirir algo que o satisfez.
Ficam duas reflexões. A primeira concerne à necessidade de existência da propaganda mais humanizada que cumpre com seu objetivo de vender partindo de uma reflexão mais humana e não apenas comercial ou artística. E a segunda que diz respeito ao fato da maioria das pessoas só enxergar a humanidade a partir de algo que as humanizem, fazendo-as perceber que o mundo e muitos nele precisam de ajuda. Já era algo para ser percebido desde os tempos de educação pelos pais até a tomada de consciência em anos escolares, ainda mais em tempos da chamada "era da informação". Ah, a educação pelos pais dentro de casa(...)! No Brasil, esta, em grande parte, é prejudicada pela constante ausência dos pais, porque estes devem trabalhar para garantir o mínimo, muitas vezes, para o sustento familiar, e também pela falta nos pais dos valores humanos essenciais para a formação de cada ser humano, deixando espaço para a infiltração e solidificação dos valores que a danosa televisão brasileira transmite e empreguina à maioria das pessoas que a vê dia após dia. Ah, a escola de hoje(...)! Mais uma vez, no Brasil, com exceção de professores-heróis e de poucos colégios caros, a educação do Estado serve muitas vezes como distração para aqueles que lá estão, dada a insuficiência de investimentos, de métodos e conteúdo.
Portanto, o espaço a preencher existe: trata-se da mente humana. E já que de algum tempo este espaço está cada vez mais vazio ou pleno de insignificâncias, no Brasil, principalmente, campanhas publicitárias como a do filme podem e devem cada vez mais tomar espaço na mídia, principalmente na televisão, a mídia mais vista pela população brasileira. Muitas vezes, para o mundo em geral, a propaganda se torna vilã, acarretando em consumo desnecessário de coisas desnecessárias, mas ao contrário, esta propaganda mais humanizada, mesmo ainda na categoria de exceção à regra, é do bem e para o bem, tanto daquele que vende quanto daquele que compra.
Espaço criado para revelação, desenvolvimento, crítica, novidades e tudo que for relacionado ao mundo dos Pensamentos, Linhas e Letras em textos, e outras formas e mídias, dos mais diversos gêneros e assuntos.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Inacabado
Por que estamos cada vez mais distantes das coisas que mais importam?
A reflexão aqui é feita a partir do seguinte pensamento: imagens como esta, tão naturais e espalhadas por todo o planeta, e com suas variações geográficas que obviamente tornam cada uma diferente da outra, são tão mal absorvidas, ou até ignoradas, por grande parte da população que infelizmente por conta deste distanciamento entre humano e natureza servem muitas vezes apenas como cenários para cenas de filmes, ou imagem decorativa da área de trabalho do computador daquele que vive em uma grande metrópole e trabalha oito ou mais horas por dia, cinco ou seis dias da semana. O que deveria ser sempre olhado, absorvido, apreciado e por que não agradecido hoje serve como algo muitas vezes apenas representativo.
As sensações e reflexões tão importantes a partir da imersão do indivíduo em uma dessas lindas paisagens naturais são cada vez mais deixadas de lado da vida cotidiana, principalmente por aqueles que vivem em grandes centro urbanos e muitas vezes também por aqueles que são privilegiados por algum lindo cenário, mas dada a dependência cada vez maior do humano em relação aos chamados industrializados o indivíduo perde o contato com a natureza e não presta mais atenção ao que realmente importa. Cada vez mais poucos são capazes de refletir a respeito do desenvolvimento do mundo, da raça humana e das suas íntimas relações de coexistência. Mas isso não será por causa da inversão do que realmente importa? Sim, o que importa não está mais na natureza e sim nos supermercados, internet, shoppings e vitrines. O que importa está dentro dos prédios de vidro. O que importa está em espaços virtuais. O que importa não importa mais.
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