Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo; quando  qualquer acontecimento em qualquer lugar e a qualquer tempo se tiver  tornado acessível com rapidez; quando se puder assistir em tempo real a  um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no oriente; quando  tempo significar apenas rapidez online; quando o tempo, como história,  houver desaparecido da existência de todos os povos, quando um  esportista ou artista de mercado valer como grande homem de um povo;  quando as cifras em milhões significarem triunfo, - então, justamente  então – reviverão como fantasma as perguntas: para quê? Para onde? E  agora? A decadência dos povos já terá ido tão longe, que quase não terão  mais força de espírito para ver e avaliar a decadência simplesmente  como... Decadência. Essa constatação nada tem a ver com pessimismo  cultural, nem tampouco, com otimismo... O obscurecimento do mundo, a  destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa contra  tudo que é criador e livre, já atingiu tais dimensões, que categorias  tão pueris, como pessimismo e otimismo, já haverão de ter se tornado  ridículas.
Martin Heidegger
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