quinta-feira, 19 de março de 2009

Ah, franceses!

Imagem de: http://noticias.uol.com.br/album/090319_album.jhtm?abrefoto=14

Não é à toa que a Revolução Francesa se deu na França. É lógico que ela só se chama francesa porque foi feita em território francês! Mas há de fato algo diferente naquele lugar e naquele povo que remete à alguma, ou muitas, vanguarda. Sem fazer muita busca em referências históricas, é possível verificar alguns acontecimentos pertinentes ao aspecto de vanguarda que aconteceram na França. A Revolução Francesa é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea, que aboliu a servidão e os direitos feudais e que proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" (Liberté, Égalité, Fraternité), frase de autoria de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo francês que escreveu Do Contrato Social, uma das obras que influenciaram as mudanças na França daquela época, assim como Diderot (1713-1784), que se dedicou à ética trabalhista, e Montesquieu (1689-1755), filósofo francês que se notabilizou pela sua teoria da separação dos poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário), para qual exerceu importante influência sobre diversos textos constitucionais modernos e contemporâneos, tendo como escrito mais importante Do Espírito das Leis (1748).

Obviamente que houve outros filósofos também importantes de outras nacionalidades que influenciaram por demais as mudanças no mundo. Mas o que acontece hoje, literalmente hoje (19/03/09), na França com a greve geral que conta com o apoio de cerca de 75% dos franceses em manifestação contra as falácias decorrentes do continuismo das práticas capitalistas e suas consequentes mazelas, culminando na atual crise, é de se aplaudir, ou melhor, de ser seguido como modelo. Há que se ir para as ruas e ao menos expressar a indignação perante as decisões do Estado, principalmente, que sempre favoreceu as grandes corporações, o sitema financeiro e os banqueiros ao invés de zelar um pouco mais por alguma decência social através da garantia de emprego, saúde e educação. E desde que a tal crise se instalou, não se viu até hoje um movimento com tamanha adesão da população em nenhum outro lugar no mundo, fato que mais uma vez aponta para a vanguarda francesa.

Se na frança, que não possui tamanhos problemas sociais como o Brasil, acontece tal movimento, por que aqui, que há toda espécie de mazela social, não acontece? Porque historicamente e culturalmente não estamos acostumados a ir às ruas ao menos para expressar nossa indignação. Em termos gerais, em se tratando de Brasil como um todo, são muito poucos os que têm consciência para tal ato, e destes poucos, muito menos estão em posição de "formadores de opinião" ou de capacitados, ou então com certo carisma para contagiar outras pessoas que por falta de instrução e conhecimento histórico das mudanças no mundo sequer entendem o que acontece nos dias de hoje.

Onde estão agora os líderes e esclarecidos sindicalistas, esquerdistas e os prós mudanças sociais? Por que não há uma chamada a um movimento ao menos parecido, na tentativa de influenciar beneficamente aqueles que já são tão maleficamente influenciados? Onde estão os líderes da luta por mudanças sociais?

Já que não podemos ser vanguarda neste aspecto de manifestação social, que se copie de outros lugares o que é bom e não só o que é ruim.

É... é uma pena que eu não possa ver este tipo de manifestação no país que tem tudo para ser líder mundial se não estivesse tão preso às suas próprias individualidades e ignorâncias.

Parabéns, franceses! Ainda há muito o que devemos aprender com vocês.

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