terça-feira, 11 de maio de 2010

Contramão

Até que ponto vale a pena manter alguns princípios e manter a crença naquilo em que acreditamos quando quase 100% daquilo tudo que nos cerca vai de encontro ao que pensamos, acreditamos e defendemos?

Em tempos em que se vive em busca incessante de prazer imediato – seja de forma direta ou indireta, psíquica: em que o ego é agraciado e elevado ao orgulho próprio; ou física: em que bebida, droga, sexo, comida, vestuário, entre tantas outras variações, trazem a sensação de bem-estar, ou seja, de prazer, muitas vezes a qualquer preço – quem acredita em outros valores têm muitas dificuldades em lidar com isso tudo, e o confronto parece inevitável, ou o isolamento é solução, quiçá consequência.

Uma sociedade que preza por bem-estar e evolução não pode se agarrar a poucos e simples valores cotidianos, ao que dissemina a televisão, revista e jornal. Há que se refletir, e mesmo que a escolha seja por viver assim, de apenas "pass(e)ar" pelo mundo, sem ao menos refleti-lo, que seja de forma consciente, sabendo que há outras vertentes, outros modos de vida que não o disseminado "american way of life". Não é possível em plenos 2010 existir tantas pessoas que estão no mundo apenas para, com o perdão da sequência chula; nascer, comer, cagar... crescer, procriar, adoecer e morrer, ajudando a apenas diminuir as fontes do planeta, deixando lixo como herança e não contribuir com nada, apenas para com um sistema em que as pessoas acordam, vão como robôs para o trabalho, executam o que há para ser feito, sem ao menos questionar se há uma maneira diferente, quiçá melhor de executar, voltar para casa, ligar a televisão e dormir; aos finais de semana fazer churrascos e ir a festas, beber, se drogar praticar o sexo e continuar assim.

Viver é mais do que isso, não há só que se festejar e sentir prazer, o universo é infinito, a evolução também é, e estamos muito atrasados como raça humana. O indivíduo cada vez mais egocêntrico prolifera, o senso de coletividade cada vez mais esquecido e as universalidades cada vez mais substituídas por valores fracos, falsos, ultrapassados e decadentes.

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