quinta-feira, 13 de maio de 2010

Paixão como remédio?

Hoje li um texto de um psicólogo que contra depressão receita paixão. Diz ele que a grande maioria das suas clientes estranha e repudia tal receituário, mas quando ele explica que paixão não necessariamente é vinculada à outra, outro humano, tudo começa fazer sentido.

A questão toda está então em não se levar uma vida apenas no "vamos levando". Há a necessidade da paixão, de se fazer qualquer coisa com vontade, com dedicação. Isso é viver, ao contrário do conceito de apenas sobreviver.

Tudo bem, quando podemos aplicar isso às coisas, seja lá no cotidiano, no trabalho, numa tarefa ou hobby, é até relativamente fácil, pois apenas depende de nós mesmos para tal. Mas e quando estamos presos a um sentimento, este preso à outra pessoa? Se há correspondência, tudo ótimo, se não, sofrimento e depressão, desilusão. Nada que o tempo não possa ajudar a resolver, ou então uma outra paixão, mas reconheço que neste estado não muito feliz fica mais difícil alguém se interessar, se sentir atraída, por quem anda cabisbaixo, sofrendo, não ligando muito para a própria aparência. E por que se importar, já que o objetivo seria se fazer notar àquela pessoa por quem há de fato uma paixão? Não faz mais sentido se preocupar com a aparência para ir à padaria, ao trabalho, à escola, etc.

Tal psicólogo se esquece que muitas vezes é na dor que preciosos ensinamentos vêm à tona. Então pular este "tempo" é estar preso à estagnação, à involução, à própria manutenção do sofrer.

Lembro-me do meu pai dizendo: "você tem duas opções, ou aprende pelo amor, ou aprende pela dor". Simples?

Resumindo a ópera, bem poucas vezes podemos escolher o caminho, pois quem escolhe é a vida, o destino. Sim, podemos influenciar e tentar, mas tempo e vida parecem não ser grandezas exatas, pelo menos quando falamos de sentimento.

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