Por que a tamanha vontade de permanecer na tal zona de conforto? Aliás, o que seria essa zona de conforto? Vamos lá. Segundo o dicionário Houaiss, temos para conforto: substantivo masculino, ato ou efeito de confortar(-se); 1 estado de quem é ou se sente confortado. Ex.: a oração lhe trouxe c. 2 consolo recebido ou prestado em momento de preocupação, de aflição; consolação. Ex.: agradecemos o c. recebido quando da morte do nosso pai. 3 experiência agradável; sensação de prazer, de plenitude, de bem-estar espiritual. Ex.: o c. de estar em casa ouvindo um quarteto de cordas. 4 bem-estar material, comodidade física satisfeita; aconchego. Ex.:
Isso posto, na forma de uma generalização, temos quatro distinções para conforto: 1. o que permeia o contrário do sofrer psicológico; 2. o que tange à sensação de prazer; 3. aquele que se estabelece de forma material na forma de bens de consumo; 4. o que serve como um tipo de remédio ou cura para aflições preexistente, (ah, esssa nova ortografia...).
Mas há uma outra acepcão que o dicionário ainda não registrou, a qual parece ser a que impera por aí em nossa sociedade: coforto como sinônimo de preguiça, ou medo, ou até estagnação.
Desde que nascemos travamos batalhas, ou melhor, até antes, quando da competição entre tantos outros milhares de espermatozoides, um consegue penetrar o óvulo e dar origem a uma nova vida. Depois ao nascer temos que gritar e procurar desesperadamente pelo combustível primário da vida, o oxigênio, deixando para trás definitivamente o maior ícone de zona de conforto que já se ouviu dizer: o ventre de mãe. Desde então, uma batalha depois da outra se segue no decorrer da vida. Então por que desejar tanto a busca por uma zona de conforto se aquela plena e original nunca mais nos será permitida? Por que tamanha necessidade de se estar na zona de conforto? Será então uma questão genética, pois ela está presente desde nossa origem como ser humano e permanecerá em nosso subconsciente para sempre? Ou uma resposta ao cotidiano violento de tantas tarefas necessárias a se fazer, e cada vez mais em um período de tempo menor; será uma resposta ao cotidiano estressante moderno essa tamanha busca pela zona de conforto?
Seja lá qual for a resposta, há que se lembrar que não estamos por aqui para permanecer na zona de conforto. Não que não tenhamos direito ao bem-estar psicológico, ao prazer, a uma boa cama, sofá ou poltrona, ao remédio e à cura das nossas aflições. Mas por períodos extendidos ou demasiada insistência de permanência ou retorno a ela, a zona de conforto retarda nossa evolução, seja esta psíquica, moral e também física. As batalhas do dia a dia nos dão a oportunidade de crescimento como os exercícios na academia fortalecem nosso corpo. A chave do sucesso: equilibrar as ações com os descansos necessário, usufruir da zona de conforto para a batalha que está por vir.
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