Então depois de algum tempo sem quase nenhum além daquele para o trabalho, redescobri a minha "magrela" e voltei a pedalar. E apenas depois de alguns metros da porta de casa tive a migração do meu subconsciente para o consciente – de forma repentina e prática – do que estava esquecido em algum canto da mente, mas que já era sabido: a falta de respeito, consideração, atenção e até compreensão àquele em duas rodas movidas nada mais nada menos que por energia limpa e sem danos de um ser humano.
Em uma cidade em que cada vez mais as vias "ficam menores" e insuficientes para veículos a motor – sem falar da tamanha perda de tempo parado ou em lentidão no trânsito – a bicicleta pouco a pouco vem ganhando adeptos como meio de transporte e locomoção, e não mais apenas como objeto de lazer ou para a prática de exercícios. Pois é, além de ser uma boa opção para o transporte em pequenos e médios trajetos – a distância a percorrer depende do preparo físico de cada um – o uso da bicicleta só traz benefícios ao usuário, mas ao mesmo tempo, pelas ruas de São Paulo, o exercício de ciclista é tão perigoso, ou mais, do que os chamados esportes de risco, como o bungee jump, vôo-livre, paraquedismo, entre outros. Não há espaços suficientes adequados, tipo ciclovia, asfalto de qualidade que ajude no equilíbrio e manutenção da direção segura, sequer guias regulares que pudessem ser usadas como "pista". Calçada, bom... se em certos bairros já está difícil andar a pé, tamanha a quantidade de pessoas pelas calçadas, imagine com uma bicicleta!
Mas pior do que toda essa falta de infra-estrutura para o exercício do uso da bicicleta é a falta de respeito dos que estão em seus automóveis-tanques. Muito é devido ao crescente despreparo dos novos motoristas, formados por auto-escolas mais interessadas nos pagamentos e taxas do que na correta formação do condutor. Depois vem o exame para a obtenção do documento de habilitação. Documento este muitas vezes obtido pelo simples pagamento de "taxa", permitindo que muitos sejam habilitados a conduzir um automóvel no difícil e caótico trânsito de Sampa, mesmo que não apresentem as condições mínimas para tal. Quem não conhece uma história dessas para contar?!!! Calcular espaços, distâncias e velocidades é coisa para a física e vestibular só, não é?!!! O pior é que além da falta de capacidades técnicas para o convívio no trânsito parece imperar mesmo a falta de respeito e consideração dos veículos-condutores aos ciclistas.
É, companheiro ou companheira de "magrela". Muito cuidado! E este ainda é pouco. Mas se ainda tem coragem, não desista. Eu não vou, por enquanto.
Cabe bem um "boa sorte".
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