sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Pior que é possível e é real

Não é possível que possamos viver respirando o ar "regular" que estamos respirando aqui na cidade de São Paulo. Regular porque é o que diz aqueles medidores espalhados por algumas poucas ruas da cidade e pelos boletins da própria CETESB. Mas quando se está em alguma parte alta da cidade, como a avenida Heitor Penteado – principalmente nestes dias de inverno em que o ar fica predominantemente mais seco – pode-se ver a espessa camada de poluição no ar, o mesmo que respiramos. Um dia desses mesmo estava passando por aquela avenida e quando percebi tal camada de poluição no ar a primeira coisa que me veio à cabeça foi a Cidade do México dos anos 80, que enfrentou sérios problemas com a qualidade do ar em sua atmosfera.

Infelizmente não possuímos como sociedade e indivíduos a ação de cobrar, fiscalizar e resolver – ou ao menos diminuir – a emissão de poluentes ao ar que respiramos. Esse comportamento individualista e dependente de automóvel – que de fato é o que mais polui o ar da cidade – aliado à má conservação ou até ausência de catalizador e péssima regulamentação do Estado em relação ao mínimo de partículas que podem ser emitidas à atmosfera – e vale lembrar que atualmente a UE está baixando este índice nas suas regulamentações, mostrando a preocupação com o assunto e certo respeito para com seus cidadãos-habitantes, que a cada dia têm que disputar espaços com a "macchina" – resulta na situação grave em que nos encontramos todos; sim, todos que vivemos na cidade de São Paulo.

Já que o Estado obedece a interesses econômicos-privados da indústria automobilística, que cada um que tem um automóvel, seja de que ano for, busque estar em permanente atenção ao que é expelido pelo seu próprio escapamento, já que a fiscalização é quase nula, os combustíveis que consumimos são de qualidade questionável e porque a cada dia só aumenta o número de automóveis nas ruas da cidade. Automóveis estes que enquanto novos seguem as regulamentações de fábrica quanto à emissão de poluentes, regulamentações pouco rigorosas, diga-se de passagem, mas quando já com certo tempo – dada principalmente à má qualidade da gasolina utilizada – poluem tanto quanto os carros mais antigos.

É tempo de agir, cobrar e fazer ao menos a própria parte. Ou esperemos pelo tempo em que deveremos circular pela cidade, quiçá até dentro de casa, com máscaras coladas ao próprio rosto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Verdade... eu já vi isso também... estamos respirando muita porcaria, não é à toa que cada vez mais há problemas respiratórios em todas as idades. Parabéns pela escolha do tema.

Bruno "Judeu" disse...

Cara...

Interessante como isso hoje em dia passa por nossas cabeças como uma coisa do cotidiano, e que não deveria ser...
Tem um filme, no qual o foco é outro completamente diferente, mas no qual vemos em alguns momentos a preocupação com o meio ambiente, e com a individualidade das pessoas. Singles, de 1992. É interessante, e ainda dá uma "pincelada" no cenário musical de Seatle do começo dos anos 90. Veja, é interessante.